Jovem morreu após ataque de tubarão

O jovem Giovani Barbosa de Freitas, 15 anos, teve dois grandes obstáculos quando entrou no mar de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, na segunda-feira passada, para salvar a namorada de um afogamento. Primeiro, ele enfrentou - sem saber nadar - um mar com grandes ondas. Depois, um tubarão. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) e a conclusão do Comitê Estadual de Monitoramento dos Incidentes com Tubarões (Cemit) atestaram que as "barreiras" se fortaleceram e agiram juntas. O estudante foi mordido pelo animal enquanto estava se afogando e foi morreu por hemorragia. Entrou para as estatísticas de ataque na orla do estado, aumentando para 53 o número de casos registrados desde 1992, sendo 20 deles com morte.

Com base no atestado de óbito do rapaz, os integrantes do Cemit fizeram uma reunião, na manhã de ontem, para analisar as evidências e os relatos do caso. Inicialmente, o grupo considerava a hipótese de afogamento diante das informações de quea vítima não sabia nadar e tinha entrado na água para a resgatar a namorada. Os amigos do casal que estavam na praia, na altura da Igrejinha de Piedade, contaram que uma onda forte derrubou Giovani e ele não conseguiu mais se levantar. "A forma como a onda o arrastou indica afogamento. Por outro lado, o laudo é categórico e indica a morte por hemorragia. Associar a morte aos dois fatores é a única possibilidade de conciliar os dois relatos", informou o presidente do Cemit e professor de engenharia de pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Fábio Hazin.

O diretor da Polícia Científica, Francisco Sarmento, ressaltou que o laudo, antecipado pelo Diario ontem, foi elaborado por quatro médicos legistas especializados em ataques de tubarão e afogamentos. "A conclusão foi unânime. O jovem foi mordido vivo e morreu por conta da hemorragia", disse. Quando foi resgatado do mar pelos bombeiros, na madrugada da terça-feira, o corpo de Giovani apresentava mordidas nas pernas, nádegas e tronco. O professor Hazin acrescentou, no entanto, que era difícil precisar o momento exato do ataque e destacou que um processo de afogamento pode ter duração de até 10 minutos. "A pessoa pode se debater, afundar, desfalecer e, em seguida, vir a óbito. Nesse período todo, ele pode ter sido mordido", completou.


Local onde aconteceu o incidente, na última segunda-feira, próximo à Igrejinha de Piedade, é considerado um dos pontos mais críticos do estado. Foto: Juliana Leitão/DP/D. A. Press
Recomendações - Apesar da tragédia, os integrantes do Cemit (formado pela Polícia Científica, Corpo de Bombeiros, Instituto Oceanário e CPRH) alertaram que o caso deveria servir para reiterar a importância de cuidados entre os banhistas. O comando dos bombeiros destacou que os afogamentos integram as principais ocorrências em feriados prolongados e fins de semana. No feriado passado, 125 ocorrências foram registradas. "Tivemos o óbito de um outro homem no sábado. Somos solidários à dor das famílias e gostaríamos de pedir aos banhistas que atendam às recomendações dos guarda-vidas e às placas de sinalização", disse o comandante do CB, coronel Carlos Casa Nova.

O local onde aconteceu o incidente da última segunda-feira, as imediações da Igrejinha de Piedade, é considerado um dos pontos mais críticos pois é área de mar aberto e de correnteza. Dos 53 incidentes registrados no estado, 17 aconteceram no local. Outros 22 foram distribuídos em Boa Viagem e o restante em outras praias do estado, como Olinda e Paiva. As espécies de tubarão mais encontradas no estado e responsáveis pelos ataques são o cabeça-chata e o tigre. No caso de Giovani, Hazin acredita que tenha sido um tigre por conta do tamanho da mordida. Mas informou que não seria mais possível precisar, já que não observou o corpo, que foi enterrado ontem.

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